sexta-feira, 27 de julho de 2012


Ligação estrutura-alvenaria

A interface alvenaria-estrutura deve receber especial atenção no momento da elaboração do projeto. A diferença de natureza dos materiais leva a comportamentos diferenciados durante a vida útil da edificação.  Além disso, as estruturas têm se tornado cada vez mais esbeltas, existindo então maior possibilidade de deformações, o que pode tornar as ligações alvenaria/estrutura mais suscetíveis a problemas. 

O uso das telas metálicas eletrossoldadas como componentes da ligação entre parede e pilar foi proposto com o objetivo de reduzir o tempo de instalação do dispositivo, o que acarreta um aumento da produtividade na execução das alvenarias. É uma forma bastante eficiente, sendo que o seu uso tem se tornado bastante freqüente. 

As telas metálicas eletrossoldadas disponíveis no mercado possuem malha de 15 x 15 mm e fio de 1,65 mm. As telas são fixadas aos pilares por meio de pinos de aço com arruelas utilizando finca-pinos acionado à pólvora (figura 7). No momento da elevação das alvenarias essas telas são inseridas nas juntas horizontais de argamassa. 

Para a execução de amarração entre paredes, as telas permitem execução prévia de uma das paredes, sendo a elevação da outra parede concorrente feita em uma segunda fase. 

Exceto nos casos em que se deseja o trabalho conjunto alvenaria-estrutura, as ligações das paredes com as vigas e lajes não devem ser rígidas. 

Uma maneira de tornar essas ligações deformáveis é a utilização de tijolos de barro cozido assentados com argamassa fraca de cimento. 

Sempre que possível esses devem ser assentados em posição normal com a utilização de argamassa flexível. 

Neste caso esses tijolos contribuem para a não existência de uma camada de argamassa de espessura muito elevada, além de aumentar a capacidade de absorver deformações. A espessura adequada para essa junta de fechamento superior, denominada junta horizontal de fixação é por volta de 2 a 3 cm. 

No caso dos blocos para alvenaria de vedação possuírem furos na vertical, a última fiada pode ser executada com a utilização de blocos menores (compensadores ou meio-blocos) assentados deitados, ou seja, com os furos na horizontal. Também podem ser utilizados blocos canaleta ou mesmo os tijolos de barro cozido. 

Nesse caso deve-se deixar uma folga para o encunhamento flexível com o uso, por exemplo, da argamassa fraca de cimento, ou de outros materiais que apresentem grande capacidade de acomodar deformações  como, por exemplo, a espuma de poliuretano. 

O detalhamento desse tipo de interface em um projeto de alvenaria de vedação pode reduzir consideravelmente o índice de patologias presente nas paredes das edificações prontas. 

As deformações diferenciadas entre as vedações verticais e as estruturas estão presentes ao longo de toda a vida útil da edificação, e, sendo assim, é necessário que essas sejam compatibilizadas, devendo existir então planejamento e detalhamento em projeto. 

Quando essas interfaces não são bem planejadas se observa o desempenho insatisfatório das alvenarias sob ações para as quais não foram projetadas.


sexta-feira, 15 de junho de 2012

Como fazer Orçamento de uma obra

Para todo processo construtivo o quanto será investido para execução da obra é de fundamental importância. Sabendo disso elaborei uma apostila mostrando de forma pratica como fazer um orçamento quantitativo dos materiais que serão gastos no processo executivo. Então, aproveite!

Orçamento

Reboco

1.                  Para cada 1m² de espessura de 0,03 m se gasta aproximadamente 1.6 latas de massa pronta.

2.                  Em um traço de 1:8, ou seja, 1 = uma lata de cimento e 8 = oito latas de Massami, num saco de cimento que mede 2,5 latas deve-se colocar 20 latas de Massami. O que me dará um total de 22,5 latas de massa pronta

 
3.                  Assim eu terei (Unidades de Medida):
Latas = L
 Área de parede (Em m²) = AP
Cimento em um traço (Em Latas) = CT
Massami em um traço (Em Latas) = M
Massami total (Em m³) = Mt
Traço (Em Latas) = t

Total de traços (Em Latas) = Tt
Sacos de cimento (Em unidade) = Sc


CT = 2,5 L
M = 20 L



t = CT +M

T = 2,5 + 20 = 22,5 L


4.                  Calculando o total de traços na minha área

Tt = (AP * 1,6) : 22,5

 (Tt é igual ao numero de sacos de cimento que eu vou gastar).


5.                  Calculando o total de Massami na minha área.
M = 20 L

 

Mt = (Tt * 20) : 55

 
O valor já é dado em m³, pois 1m³  é igual a 55 latas.


Exemplo:
Se eu tenho 45m² de reboco a ser feito, quanto gasto de cimento e de Massami?
1.                   
Tt = (AP * 1,6) : 22,5
      
      Tt = (45 * 1,6) : 22,5 = 3,2 SACOS DE CIMENTO


 

(Ou seja, aproximadamente Três sacos e meio de cimento).

2.                   

             Mt = (Tt * 20) : 55
            Mt = (3,2 * 20) : 55 = 1,16 m³


(Ou seja, aproximadamente 1,5m³ de Massami).
           






Piso

1.                  Para cada 1m² de espessura de 0,05 m se gasta aproximadamente 4 latas de massa pronta.


2.                  Em um traço de 1:4, ou seja, 1 = uma lata de cimento e 4 = quatro latas de Massami, num saco de cimento que mede 2,5 latas eu colocarei 10 latas de Areia. O que me dará um total de 12,5 latas de massa pronta


3. Assim teremos:

Latas = L
 Área de piso (Em m²) = AP
Cimento em um traço (Em Latas) = CT
Areia em um traço (Em Latas) = A
Areia total (Em m³) = At
Traço (Em Latas) = t
Total de traços (Em Latas) = Tt

CT = 2,5 L
A = 10 L

t = CT + A
t = 2,5 + 7,5 = 12,5 L

4. Calculando o total de traços na minha área
Vejamos:
Se e o meu piso tem um espessura media de 5 cm logo o volume de massa pronta que irei gastar nesse piso será de 0,05 m³ aproximadamente.
Então, quantas latas de massa pronta eu preciso para fazer 1m²
de piso?
Para cada 1m²  se gasta aproximadamente 3 latas de massa pronta, logo:
Tt
Tt = (AP * 3) : 12,5


(Tt é igual ao numero de sacos de cimento que eu vou gastar).


                                            
5.Calculando o total de Areia na minha área.
A = 10 L

At = (Tt * 10) : 55

 

Exemplo:
Se eu tenho 30m² de Piso a ser feito quanto gasto de cimento e de Areia?
1.                   

Tt = (AP * 3) : 12,5 = (30*3): 12,5 = 4,8

(Ou seja, aproximadamente cinco sacos de cimento).

2.                 
 

             At = (Tt * 10) : 55 = (4,8*10) : 55 = 0,872727272...m³


 (Ou seja, aproximadamente 1m³ de Areia).

Massa para Alvenaria de ½ vez e 1 vez


1.                  Em 1m² de alvenaria   de ½ vez eu gastarei 9,42 m de massa linear ,ou seja, aproximadamente 0,018m³
O que me daria uma lata de massa pronta para cada 1m².

2.                  Em 1m² de alvenaria   de 1 vez eu gastarei 9,42 m de massa linear ,ou seja, aproximadamente 0,036m³
O que me daria duas latas de massa pronta para cada 1m².



1.                  Em um traço de 1:8, ou seja, 1 = uma lata de cimento e 8= oito latas de Massami, num saco de cimento que mede 2,5 latas eu colocarei 20 latas de Massami. O que me dará um total de 22,5 latas de massa pronta

 
2.                  Assim eu terei:
Latas = L
 Área de Alvenaria  (Em m²) = A
Cimento em um traço (Em Latas) = CT
Massami em um traço (Em Latas) = M
Massami total (Em m³) = Mt
Traço (Em Latas) = t
Total de traços para ½ vez (Em Latas) = Tt1/2
Total de traços para 1 vez (Em Latas) = Tt

CT = 2,5 L
M = 25 L

t = CT + M
t =  2,5 + 20 = 22,5 L


Tt = (AP*2) : 22,5

Tt ½ = AP : 22,5

(Tt e Tt1/2 são iguais ao numero de sacos de cimento que eu vou gastar).

3.                  Calculando o total de Massami na minha área.
M = 20L


Mt = (Tt*20) : 55 
Exemplo:
Se eu tenho 45m² de alvenaria de ½ vez a ser feito, quanto gasto de cimento e de Massami?
1.                   
Tt ½ = 45 : 22,5 = 2 Sacos de Cimento

 

(Ou seja, aproximadamente Dois sacos e meio de cimento).

2.                   



Mt = (2*20) : 55  = 0,72727272 m³

(Ou seja, aproximadamente 1m³ de Massami).

Exemplo:
Se eu tenho 45m² de alvenaria de 1 vez a ser feito, quanto gasto de cimento e de Massami?
1.                   
Tt = (AP*2) : 22,5 = (45*2) : 22,5

 

(Ou seja, aproximadamente Quatro sacos e meio de cimento).

2.                   
Mt = (4*20) : 55  = 1,454545 m³




(Ou seja, aproximadamente 1,5m³ de Massami).

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Resistência Característica do Concreto à Compressão


O  cálculo  de  uma estrutura de concreto é feito com base no projeto arquitetônico da obra e no valor de algumas variáveis, como por exemplo, a resistência do concreto que será utilizado na estrutura.

Portanto, a Resistência Característica do Concreto à Compressão (fck) é um dos dados utilizados no cálculo estrutural. Sua unidade de medida é o MPa (Mega Pascal), sendo:

Pascal: Pressão exercida por uma força de 1 newton, uniformemente distribuída sobre uma superfície plana de 1 metro quadrado de área, perpendicular à direção da força.

Mega Pascal (MPa) = 1 milhão de Pascal = 10,1972 Kgf/cm².
Por exemplo: O Fck 30 MPa tem uma resistência à compressão de 305,916 Kgf/cm².

O valor desta resistência (fck) é um dado importante e será necessário em diversas etapas da obra, como por exemplo:

Para cotar os preços do concreto junto ao mercado, pois o valor do metro cúbico de concreto varia conforme a resistência (fck), o slump, o uso de adições, etc. 

No recebimento do concreto na obra, devendo o valor do fck, fazer parte do corpo da nota fiscal de entrega, juntamente o slump.

No controle tecnológico do concreto (conforme normas da ABNT), através dos resultados dos ensaios de resistência à compressão.

Neste ensaio, a amostra do concreto é "capeada" e colocada em uma prensa. Nela, recebe uma carga gradual até atingir sua resistência máxima (kgs). Este valor é dividido pela área do topo da amostra (cm²). Teremos então a resistência em kgf/cm². Dividindo-se este valor por 10,1972 se obtém a resistência em MPa.

A ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), descreve com exatidão os ensaios de Resistência à Compressão e de Slump Test, através de suas normas.


O concreto, dentro das variáveis que podem existir nos projetos estruturais, foi o item que mais evoluiu em termos de tecnologia. Antigamente muitos cálculos eram baseados no  fck 18 MPa e hoje, conseguimos atingir no Brasil, resistências superiores a 100 MPa.

Isto é uma ferramenta poderosa para os projetistas e para a engenharia em geral. Implica na redução das dimensões de pilares e vigas, no aumento da velocidade das obras, na diminuição do tamanho e do peso das estruturas, formas, armaduras, etc.